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Produções Textuais Criativas

Nação do fdse

 

    São Paulo é conhecida como a cidade da garoa, da industrialização, das compras, do luxo, da ignorância e da desigualdade. Em casa, boa parte de nós, ficamos tranquilos, assistimos TV à toa, sem preocupações, só a grande obrigação de ir a escola.

     Porém, a cerca de 16 estações de metrô a realidade é bem diferente, a tecnologia dos vagões mascara um bairro parado no tempo, esquecido pelo governo, onde os pequenos comércios tentam chamar a clientela, onde as pessoas competem com as calçadas e sua estrutura precária é justificada com a desculpa de ser um bairro histórico onde a igreja precisa ficar a vista.

    Eu achava que ir para a casa de ônibus já me fazia uma usuária e tanto do transporte público, assim como quando eu uso a linha azul e verde do metrô só pra ir até a Paulista dar uma volta com meus amigos. Do mesmo jeito, eu me perguntava o por que as pessoas reclamavam tanto do metrô. Bom, era muito desconfortável estar espremida entre o Fulano e o Ciclano no calor por cinco estações, no entanto, é um meio de transporte muito mais rápido. Mas, agora eu vejo que não via nada.

    Me senti alienada com os pés naquelas ruas quebradas, eu sabia que existiam lugares poucos ou nada bons para se viver, mas não imaginava as proporções desses lugares. Quão ruim pode ser um governo? Quão maldoso pode ser um prefeito? Quão ganancioso pode ser o ser humano?

    Nas duas horas e dez que ficamos presos na plataforma da linha vermelha parecia ate cena montada, nós preocupados em chegar em casa para aulas de dança, treinos de futebol, provas inglês e reclamando de aulas a tarde enquanto dentro dos vagões as pessoas se espremiam, trabalhadores atrasados, mães preocupadas, crianças sem ir a escola, pessoas precisando de atendimento médico ou cansados apenas tentando chegar em casa depois de turnos e plantões sendo feitos de palhaços pelos bolsos cheios dos governantes.

    Em casa tentei explicar para minha família o que eram aquelas oito horas e doze quilômetros, mas em palavras não mostrava a realidade completa, assim como textos, redações, poemas, musicas, desenhos, vídeos e crônicas nunca serão capazes.

   Talvez em meio as brincadeiras entre nós tenhamos deixado escapar sorrisos de moradores do bairro e canções dos passageiros, talvez tenhamos deixado escapar o desgosto de ver as ruas com esgoto, lixo e panfletos com falsas promessas.

    No meu quarto, me olhei no espelho e me perguntei se quando os governantes se olham no espelho sentem gosto do que vêem, gostam de saber que na água que levam ao rosto existe suor e sangue de milhões.

            

Texto de

Ana Luisa Delamare

Barbara Corral

Yann Reis

São Paulo, 04 de outubro de 2016.

Prezado Prefeito,

   Nós, alunos da primeira série E do Ensino Médio do Colégio Marista Arquidiocesano, visitamos o bairro da Penha do estado de São Paulo na última segunda-feira (03/10) e gostaríamos de expor nossa opinião sobre nossa visita.

     O bairro em si possui uma rica história, porém em contra partida existem vários aspectos que o tornam desinteressante, gerando consequentemente uma baixa credibilidade. Primeiramente a qualidade das ruas é lastimável, há vários buracos, as calçadas são muito estreitas e sujas, é inviável a mobilidade de deficientes físicos além de não ser dirigida nem para pedestres. Na construção da cidade não foi considerado o relevo acidentado da região, não tendo planejamentos para escoamento da água em dias chuvosos.

    Pelo fato do bairro ser histórico, ao visitá-lo é esperado que hajam diversos pontos culturais, mas na realidade não existem muitas opções. No quesito lazer a situação não é muito diferente, já que não existem parques e o comércio é pequeno, dirigido apenas para a pouca população local. E apesar de existir um bicicletário, é complicado o uso da bicicleta num terreno tão íngreme com pavimentação ruim.  

    Além disso, o acesso á cidade pelo transporte público, principalmente o metro, é difícil, já que há uma grande quantidade de pessoas que utilizam da linha vermelha diariamente, tornando os vagões lotados e com frequentes problemas, e quando chove, essa situação, já difícil, piora. O trem fica parado na estação por muito tempo e ainda opera com velocidade reduzida, por falta de infraestrutura.

    Ainda que existam diversos problemas, a Penha é um bairro muito interessante e com uma bela história para se conhecer. Contudo, esperamos que tais dificuldades sejam superadas para melhor aproveitamento do turismo e maior valorização do bairro.

     Atenciosamente,

Alunos da Primeira Série E do Ensino Médio do Colégio Marista Arquidiocesano

Texto de

Melissa Mizumoto

Vitória Martins

Luiza Bachega

Crônica

Carta Aberta

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