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   Situada entre o Tatuapé, a Vila Esperança e a Vila Matilde o bairro da Penha tem sua fundação vinculada à devoção à Maria, mãe de Jesus, sob o título de Nossa Senhora da Penha e é fortemente ligada à fé católica dos colonizadores portugueses.

Seu surgimento possui duas versões, uma comprovada historicamente e outra de um caráter mais “mitológico”:

   A primeira delas relata que, por volta da segunda metade do século XVII, o Padre Mateus Nunes Siqueira recebeu uma sesmaria da Igreja na atual região da Penha,local que na época era passagem obrigatória dos viajantes que tinham como destino São Paulo de Piratininga vindos do Rio de Janeiro ou do interior, e vice-versa. Nessa área, construiu a igreja matriz de Nossa Senhora da Penha, com o objetivo de atrair fiéis para o local, e esta foi finalizada em 1667. Ao redor desse templo, o povoado que originou o bairro da Penha se formou, motivado tanto pela fé como pela fertilidade da terra, decorrente de alguns rios que ali circulavam.

   A segunda conta que um francês, católico devoto, seguia de São Paulo ao Rio de Janeiro  carregando uma imagem de Nossa Senhora. Durante a caminhada, ele pernoitou numa colina ainda sem nome, que viria a se chamar Penha por seu significado de penhasco ou rochedo, e no dia seguinte retomou seu trajeto até dar por falta da imagem. Assustado, tratou de retornar pelo mesmo caminho e encontrou a estátua no alto daquela colina. No dia seguinte, a estátua sumiu novamente durante o sono do viajante que, entristecido, encontrou pela segunda vez a estátua naquele lugar, sendo isso interpretado por ele como vontade da santa de se estabelecer no local.

   Com o passar do tempo, o bairro foi crescendo e o constante fluxo de  viajantes que passavam por ali colaborava para que isso ocorresse, até que finalmente em 15 de setembro de 1796 foi criada a freguesia de Nossa Senhora da Penha, que no início era muito extensa, indo da atual Sé até atual Guarulhos.

   Aos poucos, o fluxo de transeuntes acabou diminuindo devido à criação de novas rotas, isso somado a inconformação por parte de alguns fiéis da religião por causa da transitação constante da imagem de Nossa Senhora da Penha causou uma queda nas rendas comerciais e fez com o bairro fosse sustentado inteiramente pela fé religiosa.

   Por volta de 1838 houve um intenso deslocamento de famílias para a Penha, em busca do clima e da terra favorável, o que aumentou a população e melhorou a economia do local, principalmente imigrantes italianos,espanhóis,portugueses e árabes.

   No início do século XX os transportes se desenvolveram, e esse fato foi determinante para a história e formação da Penha promovendo maiores jornadas em menos tempo.

   Durante a Primeira Guerra Mundial houve um impulso na indústria brasileira  e consequentemente da Penha também, as bases que sustentavam as oligarquias cafeeiras, que tinham grande poder político e econômico durante a república velha, foram deterioradas, causando movimentos de oposição, dentre eles o Tenentismo, e quem diria que a igreja matriz poderia salvar o bairro da Penha de um ataque durante as revoltas tenentistas? Sim, o general Oscar só não efetuou o ataque por ser devoto de Nossa Senhora da Penha. 

   Dentro dessa revolução houve outra grande ameaça ao bairro, essa foi um trem cheio de explosivos preparado para explodir a estação Guaiaúna, porém o ferroviário Aquilino Vidal frustrou o plano ao descarrilhar o trem removendo alguns batentes do trilho.

   A Revolução de 1932, quando São Paulo se rebelou contra o Governo Vargas,foi extremamente traumática para o bairro, no qual os comércios sofreram saques, vários penhenses tombaram em combate e surgiu um esboço de movimento de resistência com a morte de soldados do Governo.

   Ao final da década de 1930,mesmo com as agitações causadas pelas duas revoltas, a Penha ainda conservava seu aspecto campestre e rural, principalmente com o trabalho de imigrantes europeus  e árabes.

   A Segunda Guerra Mundial teve grande impacto no bairro, uma vez que causou ondas de imigrantes e migrantes,movidos pela possibilidade de ocupação das terras ainda desocupadas e pela proximidade das indústrias do Brás.Essa explosão demográfica fez com que os problemas se agigantassem pelo fato de que a Penha, um bairro mais fechado, não muito visitado e ativo foi forçado a se modernizar e se ampliar para comportar essa massa que vinha tanto de passagem como para ficar e isso causou uma grave consequência: o Santuário perdeu muito de sua importância e valorização.

   Em 15 de setembro de 1957 foi lançada pelo povo a ideia de se construir o novo santuário, projetado para a grandiosidade e frondosidade, mas apenas perto do fim do século XX o zelo religioso foi recuperado pela população,em 1985 o novo santuário foi elevado ao posto de basílica. A nova basílica da cidade possui características romanas presentes em quase toda sua arquitetura, cúpulas grandes e redondas, janelas pequenas e ausência de arcos ogivais e estruturas pontiagudas e compridas como na arte gótica, o único traço gótico presente são os vitrais coloridos.

RELIGIÃO                                                               

  A devoção à Nossa Senhora da Penha fora introduzida no Brasil em 1570 pelo frei franciscano Pedro Palácios. Apesar disso, ao longo do século XX, o Santuário da Penha perdeu um pouco o seu brilho.

   Com a Proclamação da República e a Constituição de 1891, houve a separação entre o Estado e a Igreja. Os registros vinculados à Igreja passaram a ser apenas os de cunho sacramental, como batismos. Mesmo os enterros passaram a ser responsabilidade do Poder Público - o Cemitério da Penha teve sua construção civil autorizada por lei de 06 de maio de 1895,com ampliações em 1900.

 

   O bairro, assim, a exemplo do país, deixou de ser eminentemente católico e tornou-se lar de várias  religiões, crenças e mesmo de pessoas sem religião.

 

OCUPAÇÃO URBANA

   Por muito tempo a Penha foi uma região afastada da capital paulista, onde a maior ocupação foi nos arredores das igrejas principais, afastando-se  um pouco as chácaras, casas simples com terrenos destinados a plantações, contudo no século XX, com a explosão demográfica os lotes foram vendidos, dando espaço às vilas.

 

   Todas as vilas eram quase exclusivamente residenciais, com ruas de terra - em algumas, o capeamento em asfalto ocorreu apenas no final do século XX - e sem saneamento básico - muitos terrenos atualmente se encontram sobre fossas antigamente utilizadas.

 

   Nas décadas de 1960 e 1970, grandes obras começaram a ser feitas

pelo Poder Público.

 

   Mesmo no início do século XXI, a arquitetura do bairro é caracterizada por uma predominante horizontalidade. Segundo o Engenheiro José Gustavo Neme Feola, da “Feola Construtora e Engenharia” (há 41 anos na Penha), “a população mais antiga é enraizada, preferindo casas térreas ou sobrados. Nunca houve a mentalidade de investir em novas construções

 

TRANSPORTE

   Há uma tradição na Penha de andar a pé, resgatando a antiguidade do bairro, atualmente há carros, ônibus e metrô também.

 

CULTURA E LAZER

   O teatro é a segunda expressão cultural mais antiga no Brasil, No entanto, a Penha contou com um teatro apenas em 1970, com a inauguração da “Casa de Cultura da Penha”.

 

   O primeiro cinema na Penha foi inaugurado em 1926, denominado “Cine

Penha Theatro”.

 

   Em 21 de novembro de 1955 foi inaugurado o “Penha Palace”, mais conhecido como “Penharama”. Ocupava o térreo do Edifício “Santa Amália”,  sendo o primeiro cinema de bairro em São Paulo a exibir tela panorâmica.

 

   Mas pelo que observamos no bairro, os moradores não costumam ir muito nesses centros de lazer.

 

ECONOMIA

   Nos primeiros séculos de sua existência, a economia da Freguesia deNossa Senhora da Penha de França caracterizou-se pela subsistência.

 

   O comércio, naturalmente concentrado ao redor da Matriz, voltado aos peregrinos que vinham orar aos pés da imagem milagrosa e aos viajantes que necessitavam repousar.

Texto de 

Amanda Gouvea

João Victor Araujo

Stefani Torres

http://almanaque.folha.uol.com.br/bairros_penha.htm

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/upload/HB_penha_1285346695.pdf

História do bairro

transformações do bairro

  A partir da década de 1970 a Penha cresceu muito e desordenadamente, dando lugar a favelas e a uma taxa baixa, em relação a restante do município, da renda média mensal familiar. Mas, poucas décadas antes, foi morada de uma parcela economicamente privilegiada da cidade. Ao mesmo tempo em que conta com poucas opções de cultura e lazer, possui um dos maiores centros comerciais da cidade, o que traz para suas ruas centrais moradores de muitos outros bairros da Zona Leste.

  Hoje a Penha está bem diferente. Não tem mais os cinemas, nem as quermesses com roda gigante, nem mesmo a sua Fonte Luminosa.  Mesmo assim, a sua trajetória tem marcado a vida e história desta cidade.

  A região viveu de tudo um pouco: da subsistência agrícola à industrialização. O lugar sempre foi isolado e tinha como poucos, um aspecto mais independente da metrópole, o que tornou um bairro logo que a cidade de São Paulo começou a crescer.

  A Penha conta, hoje, com aproximadamente 470.000 habitantes e, no começo de sua história, foi concebida como uma pequena cidade, já que possuía uma localização geográfica vantajosa em uma colina cercada de rios.

  Com os contínuos deslocamentos, faziam-se necessários locais de pousada para as tropas, onde os homens descansavam e as montarias eram alimentadas. Conforme Gilberto Marques, “a colina (da Penha) era o primeiro ponto de parada dos bandeirantes que deixavam a vila de São Paulo em direção às Minas Gerais dos Cataguás, por meio do Vale do Paraíba”.
  A Penha possui muitos pontos de destaques que marcam sua história por conta da data de construção e preservação que deixa viva a história do local.

  Dentre os locais existentes os de mais destaques são:

  A Basílica de Nossa Senhora da Penha

  A Basílica de Nossa Senhora da Penha, construída entre 1957 e 1967.
  A basílica é aberta ao público e é permito fotografar o seu interior.
  Lá dentro, descendo por umas escadas eis que chega-se ao ossário.
  Num espaço bem grande e parecendo um labirinto, há um ossário onde devotos adquirem um espaço para depositar os ossos dos entes queridos.
  Há também uma espécie de capela no centro do ossário.
  Uma família contou que a espera para obter uma vaga é bem grande. Geralmente paga-se para a igreja para obter uma, mas como praticamente todos os lugares estão ocupados a negociação é feita mesmo com os familiares que já possuem alguma vaga.
  São vários corredores no subsolo da Basílica.
  De volta a parte da nave da igreja, há confessionário, nele não dá pra esconder o rosto  na hora de confessar os pecados para o padre.
  Assim como na Basílica de Aparecida, aqui também existe uma sala dos milagres, onde devotos que alcançaram a graça em suas promessas depositam objetos em forma de agradecimento.
  Saindo da basílica, dá pra ter uma  de como é alta esta parte do bairro.

  Capela Nossa Senhora do Rosário

  Chegando ao Largo do Rosário, encontra-se a Capela Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, erguida em 1802 por negros que eram proibidos de entrar na outra igreja. Por esta razão e em forma de protesto a capela foi erguida de costas para a Igreja Nossa Senhora da Penha de França. Diz a lenda que estes negros demoraram cinco anos pedindo esmolas para erguer esta capela. Se encontram fitas amarradas nas árvores tem a ver com a festa do Divino Espírito Santo.
  Várias referências ao legado africano nas fitas.
  E ao contrário da suntuosa basílica e da outra igreja restaurada, é nesta daqui que moradores de rua preferem ficar.

  Igreja Nossa Senhora da Penha de França
  Caminhando pela rua da basílica, uns 150 metros adiante, chega-se a igreja mais antiga do bairro e uma das mais antigas de São Paulo: Igreja de Nossa Senhora da Penha de França.
Nos anos de 1600, um católico francês viajava de São Paulo ao Rio de Janeiro, carregando na bagagem uma imagem de Nossa Senhora trazida de sua terra natal. À noite, montou acampamento na região onde hoje é o bairro da Penha, na zona leste de São Paulo.
  Pela manhã reuniu suas coisas e retomou a caminhada. No entanto, na noite seguinte, o viajante percebeu que havia perdido a imagem. Ele, então, deu meia-volta e encontrou o objeto no alto da colina onde havia dormido.

  Aliviado, seguiu viagem, mas na noite seguinte sentiu novamente a ausência da imagem. Mais uma vez retornou à colina e mais uma vez encontrou o que procurava. O devoto entendeu que se tratava de uma mensagem avisando-o de que ali deveria ser erguida uma capela em homenagem a Nossa Senhora.

  E assim foi feito.

  É essa a história que os penhenses ouvem há décadas sobre a fundação do bairro. A data registrada na Igreja de Nossa Senhora da Penha de França é 1682, mas documentos indicam que a construção é, na verdade, alguns anos mais antiga. Uma certidão passada por um padre ao receber uma quantia em dinheiro doada a Nossa Senhora da Penha de França, por exemplo, é datada de 24 de agosto de 1667.

  Já a imagem original da Virgem, em madeira, foi preservada e está hoje protegida no altar da Basílica, construída entre 1957 e 1967 a alguns metros da primeira igreja.

  Conta-se que o bairro foi fundado pelo Padre Jacinto Nunes Oliveira por volta de 1667. Portanto, em 2008 iremos comemoramos os 341 anos da nossa Penha tão católica.

  Mercadão da Penha

  Local onde se vendem alimentos, flores, sementes, entre outras coisas e que fica fechado de segundas-feiras, mas que ajudam a população a encontrar vários tipos de produtos diferenciados.

  Os problemas do bairro são falta de segurança, falta de moradia adequada, acessibilidade levando em consideração a quantidade de idosos no bairro, além de que uma pessoa com cadeira de rodas, por exemplo, não conseguiria de deslocar pelas ruas, grande quantidade de moradores de rua, muito lixo na rua, sem tratamento de esgoto e as calçadas são pequenas e com postes no meio delas dificultando o acesso.

Texto de

Giulia Vedramini

Luisa Santana

Kevin Mendonça

Tayná Ribeiro

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